Manter-se competitivo no mercado é uma das grandes dificuldades dos empreendedores e muito dessa situação se dá pela falta de recursos financeiros para agir estrategicamente na tomada de decisão. Contudo, existem formas que possibilitam uma maior segurança da saúde financeira da empresa e uma delas está na administração de capital de giro.
Engana-se quem pensa que o sucesso de uma empresa está prioritariamente baseada em sua lucratividade, a continuidade das atividades empresariais é alicerçada em um conjunto de ações que precisam ser realizadas com muito cuidado e estudo.
Um erro comum entre os empresários inexperientes em novos empreendimentos é elevar seus gastos considerando apenas as receitas iniciais da empresa e desconsiderando compromissos futuros e eventuais flutuações de receita.
Sem essa administração o empreendedor estreante acaba por não possuir os recursos necessários para satisfazer suas despesas, ficando a mercê de empréstimos que neste estágio são limitados ou quando os contraem a empresa sofre com juros altíssimos, que de uma ou outra maneira pode significar a morte prematura de um negócio com potencial.
O que é capital de giro?
Muito comentado entre os empresários, o capital de giro é uma das ferramentas que mais desafogam as empresas, quanto mais capital de giro, mais poder de barganha os empreendedores possuem para negociar suas operações.
Conceitualmente, esse termo se caracteriza pelos valores (bens e diretos) de curto prazo, ou seja, no prazo de 12 meses, contabilmente falando, os itens que fazem parte do ativo circulante que podem ser convertidos em caixa ou equivalentes de caixa.
O cálculo do capital de giro é facilmente realizado por meio dos demonstrativos contábeis. Com posse desses relatórios, usa-se a seguinte fórmula:
CCL (capital de giro circulante líquido) = Ativo Circulante – Passivo Circulante
No entanto, é importante salientar que essas informações só serão precisas se a contabilidade estiver em dia, ou seja, se todas as operações estiverem lançadas e documentadas.
A premissa de uma gestão eficaz é ter o capital de giro circulante líquido positivo, o que demonstra a solvência da empresa. Isto é, se determinada empresa fechasse seu negócio hoje, com seu circulante líquido positivo, ela conseguiria honrar suas dívidas.
Basicamente, o capital de giro é utilizado para operacionalizar as transações de compra e venda, determinando os melhores prazos de pagamentos e recebimentos, além de verificar as melhores formas de receber ou pagar esses recursos.
Como a administração de capital de giro interfere nos resultados da empresa?
Quando fala-se em administração de capital de giro é imprescindível entender os ciclos operacionais, uma vez que, eles são custeados pelo capital de giro para a aquisição de produtos, passando pelo processo de venda e finalizando com o recebimento da receita.
Tecnicamente podemos citar 3 modelos de ciclos operacionais, veja quais são eles:
- ciclo operacional;
- ciclo econômico;
- ciclo financeiro.
O ciclo financeiro é o que mais afeta a administração de capital de giro, é nessa fase que a empresa verifica a necessidade dos recursos financeiros que vão desde o pagamento do primeiro fornecedor até o recebimento efetivo da venda.
Para calcular o ciclo financeiro é importante ter algumas informações:
- prazo médio de estocagem matéria-prima (PMEMP);
- prazo médio de fabricação(PMF);
- prazo médio de vendas (PMV);
- prazo médio de cobrança (PMC);
- prazo médio de pagamento a fornecedor (PMPF).
Com essas informações em mãos, utiliza-se a seguinte fórmula:
CF = (PMEMP + PMF + PMV + PMC) – PMPF
Possuir o conhecimento desses indicadores é fundamental para traçar metas cabíveis, conforme a realidade financeira da empresa, conseguindo assim obter os melhores resultados e uma gerência eficaz dos recursos financeiros.
Quais as principais consequências de uma má administração de capital de giro?
Como o ditado diz: cada ação tem uma reação. E isso não ocorre de forma diferente no ramo financeiro. Portanto, um capital de giro mal administrado pode acarretar graves consequências para o empreendimento.
Uma delas é o comprometimento das atividades da empresa, uma vez que, sem dinheiro para compra material ou pagar seus fornecedores, a relação para a aquisição de insumos pode ficar comprometida. Dessa forma, sem matéria-prima o empreendimento pode ficar impossibilitado de honrar seus prazos de entrega.
Pode-se perceber que essa situação tem um efeito em cadeia: a partir do momento que a empresa perde seu poder de negociação por não possuir um capital de giro suficiente, comprometendo seu relacionamento com seus fornecedores, consequentemente compromete suas atividades e, em seguida, compromete também sua relação com seus clientes, em casos de atrasos na entrega das mercadorias.
Outra consequência imediata dessa situação é o aumento das dívidas. Sem um capital de giro os empresários se obrigam a adquirir empréstimos e financiamentos para dar continuidade e conseguir pagar seus compromissos. Isso, por sua vez, aumenta o endividamento, não apenas pelo valor adquirido, mas pelos juros que esse tipo de operação gera.
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Portanto, no ponto de vista operacional você deve atentar-se a três pilares:
- reduzir o prazo médio dos valores à receber: a sistemática é simples, pois quanto antes o valor entra na empresa, melhor;
- estender o prazo médio das despesas: pagamentos à longo prazo, tendem a aliviar a necessidade de caixa, de tal modo que, quanto maior o prazo, menor a urgência do capital de giro;
- diminuir o nível de estoque: até mesmo empresas prestadoras de serviços, porém em menor escala, estocam material de consumo.
Como manter o equilíbrio efetivo da administração de capital de giro?
Como percebe-se o capital de giro é uma parte fundamental no desenvolvimento dos negócios.
Para que não ocorra essas dificuldades com a sua empresa, existem práticas que podem melhorar seus resultados, vale lembrar que essa ação deve ser realizada conforme a realidade de cada empreendimento.
A premissa de uma boa gestão financeira é a realização de um planejamento estratégico. Normalmente as organizações realizam esses planejamentos no final de cada exercício, ordenando ações para o exercício seguinte, porém ele não é fixo, podendo se adaptar às possíveis mudanças que possam ocorrer.
Além disso, organize seu fluxo de caixa, é de suma importância que essa ferramenta seja alimentada fielmente aos fatos que ocorrem e que estejam provisionados corretamente. De nada adianta você contar com uma ferramenta fundamental se ela não estiver com as informações atualizadas.
O que queremos dizer é que todos os registros devem ser realizados para que a empresa não tenha uma falsa impressão do que realmente possui de ativos e passivos.
Outro fator determinante é saber exatamente o que seus stakeholders desejam com o empreendimento. Para que a empresa se mantenha ativa no mercado é necessário saber quais as ambições que esse grupo de pessoas têm com os recursos da empresa.
Sabendo os interesses dos stakeholders é possível realizar ações estratégicas para ambos os setores. Com o conhecimento correto de quem são esses eles e o que eles almejam é possível, por meio do capital de giro, gerenciar estrategicamente essas ações.
As demandas dentro de um empreendimento requerem tempo, estudo e, principalmente, muita determinação. Como você pôde perceber, o capital de giro é apenas um dos fatores que precisam estar bem ajustados para o bom desenvolvimento do negócio.
Obviamente, no mundo empresarial as informações são muito rápidas e as mudanças ocorrem constantemente, por isso poder contar com uma assessoria contábil experiente e consolidada, como a Lafs, pode ser o divisor de águas para alavancar os projetos na sua empresa.
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