A instabilidade econômica é uma das principais preocupações dos empreendedores. Saber o momento correto de investir pode definir a continuidade dos negócios, porém algumas informações só são alcançadas com uma análise de investimentos.
A maioria dos empreendedores entende a importância dessa análise, mas parte deles não sabe quais ferramentas usar ou como interpretar os dados que tais métricas disponibilizam.
Para auxiliar você no processo decisório da sua empresa, preparamos um conteúdo específico sobre 3 ferramentas simples para a análise de investimentos. Continue a leitura e confira!
1. Payback
Esse indicador mensura o tempo que será necessário para obter o retorno do valor investido. Em suma, ele responde qual é o momento em que o empreendimento se paga, sendo que o resultado se dá em dias, meses ou anos.
Com o aumento do desemprego é comum o surgimento de empreendedores por necessidade. Esse tipo de empresário é aquele que na maioria das vezes utilizam o valor recebido de rescisão para iniciar um novo empreendimento por não encontrarem opções de trabalho clt no mercado.
Porém, antes de investir recursos e energia nesse novo negócio, algumas situações devem ser observadas, como: o investimento realmente trará retorno? Em caso positivo, você está preparado para aguardar o período apontado no resultado do Payback?
Com essas respostas, é possível observar o impacto que o desembolso trará para o fluxo de caixa da empresa. Ou seja: seu fluxo de caixa está preparado para honrar com as contas previstas? Os dados dessa ferramenta permitem calcular o Payback de forma mais segura.
[rock-convert-cta id=”1567″]
Aplicação da fórmula
Por ser uma fórmula de simples aplicação, é comum que os gestores a utilizem para decisões rápidas, entretanto é imprescindível considerar outras formas de análise, visto que o Payback em si analisa períodos mais curtos.
Bom, entendido o conceito básico desse indicador, chegou a hora de você colocar o cálculo em prática.
Suponha que uma indústria deseja reduzir custos na fabricação de um equipamento. O departamento de desenvolvimento encontrou uma máquina que pode reduzir este custo em 15% com um investimento de R$ 2 milhões.
Sabendo que a produção de cada equipamento tem custo de R$100,00 e que são produzidos 12.000 por mês, a empresa precisa saber sobre o retorno da aplicação do recurso para compra da nova máquina antes de realizar este investimento.
Fica claro que o investimento inicial a ser feito é de 2 milhões de reais, dessa forma basta agora fazer uma conta simples para encontrar o valor do Payback.
Se a máquina reduzirá o custo de produção em 15%, precisamos subtrair essa porcentagem do custo atual de fabricação do equipamento que é R$100,00, logo, encontraremos novo custo por produção que será de R$ 85,00 por unidade.
Para encontrar o lucro que está sendo obtido por pela utilização da nova máquina, será necessário calcular a diferença desses dois valores. Assim, saberemos que ao adquirir a máquina, estará sendo economizado R$15,00 por equipamento produzido.
Para o retorno no fluxo de caixa, basta multiplicar esse valor pela quantidade de equipamentos produzidas por mês.
Dessa forma, chegamos no seguinte cálculo: 12.000 x R$ 15,00 = R$ 180.000,00 sabemos agora que a economia mensal será de 180.000,00 agora é só dividir o valor de investimento pela economia mensal. teremos:
Vale lembrar que existem duas formas de calcular o Payback: a simples, demonstrada no cálculo anterior, e a do Payback descontado, que considera o valor do dinheiro ao longo do tempo.
Nessa operação, é utilizada uma taxa de desconto, geralmente a TMA (Taxa Mínima de Atratividade). No caso, todos os fluxos de caixa devem ser descontados por ela, condicionando o período ligado ao fluxo.
2. VPL
Já se sabe que o valor do dinheiro muda com o passar do tempo. Exatamente por isso, torna-se necessário saber quanto valem hoje os valores pagos futuramente, uma vez que análises como essa são as responsáveis por dar seguridade aos gestores.
O Valor Presente Líquido tem o objetivo de trazer à tona o valor atual dos pagamentos a serem realizados no futuro. Isso ocorre porque a teoria financeira nos ensina que devemos considerar a cotação do dinheiro no tempo.
Naturalmente, o cálculo não é feito apenas com adição ou subtração, mas identificar o VPL pode ser mais fácil do que você imagina. Para chegarmos à operação do Valor Presente Líquido, utilizamos uma taxa de desconto do custo de capital (além, obviamente, das projeções do fluxo de caixa).
Valores possíveis
Essa taxa demonstra quanto será ganho com o investimento, porém é imprescindível que o empreendedor compreenda os valores indicados no VPL — que podem ser negativos, neutros ou positivos. Entender o que isso significa é essencial para a decisão de investir ou não em um negócio.
Um VPL positivo significa que o investimento realizado é viável e renderá ganhos financeiros. Por outro lado, um Valor Presente Líquido negativo representa que tal ação não é viável, ou seja, trará perdas para quem a realizar.
Por último, mas não menos importante, vem o VPL neutro. Esse indicador sugere que o investimento não terá lucro nem prejuízo, sendo necessários outros vieses para avaliar a prudência da operação.
3. TIR
A Taxa Interna de Retorno, do inglês Internal Rate of Return, mede qual será o percentual de retorno em um investimento. A partir dela, é possível analisar a viabilidade econômica de um futuro negócio ou a expansão de uma atividade atual.
Comumente, o indicador é comparado à TMA: caso a TIR seja maior do que a TMA, o investimento é viável (do contrário, é sugerido repensar a decisão). De modo geral, os empreendedores tendem a escolher projetos com maior diferença entre as taxas.
Um percentual alto da TIR costuma representar que o projeto terá grandes chances de crescimento. Os planejamentos com Taxa Interna de Retorno maior têm grandes probabilidades de serem escolhidos, ao contrário dos que apresentam uma TIR muito baixa.
Resolução da fórmula
Vale lembrar que essa fórmula não pode ser solucionada de forma analítica. Para efetuar o cálculo, é crucial a utilização de uma calculadora científica ou o auxílio de um software, como o Excel.
Para facilitar o entendimento, vamos a um exemplo prático. Suponha que uma empresa estipulou que a TMA fosse de 10% e, ao desenvolver o cálculo, a TIR encontrada foi de 15%. Ao analisar se o investimento é prudente apenas com base na TIR, certamente o projeto seria aprovado, visto que a Taxa Interna de Retorno é 5% maior do que a mínima requerida.
Entender todos esses indicadores é de suma importância para os gestores que visam ao sucesso de seus negócios — além, é claro, de garantir a saúde financeira do atual empreendimento.
Mas a rotina no meio empresarial e as cotidianas decisões que cabem aos empreendedores podem dificultar essas análises, portanto poder contar com uma equipe contábil especializada no assunto pode ser o suporte de que seu negócio precisa. Certamente serão apresentados gráficos e relatórios fidedignos, que nortearão suas decisões.
Em suma, neste artigo você conheceu os indicadores básicos para as tomadas de decisões. No entanto, é importante lembrar que eles não devem ser analisados separadamente: toda e qualquer deliberação requer fundamentação em uma análise construtiva e conjunta com as demais métricas financeiras.
Agora que você descobriu como fazer uma análise de investimentos, que tal aprofundar seus conhecimentos sobre as finanças de uma empresa? Confira tudo o que é preciso saber sobre orçamento empresarial!