Mais que gerar empregos, a retenção de talentos é hoje o maior desafio para as empresas brasileiras. Não é para menos, afinal, uma pesquisa do Instituto Locomotiva, divulgada no portal G1, revelou que mais da metade dos trabalhadores está insatisfeita em seus empregos.
Vale destacar que, é cultural o trabalhador brasileiro em muitos casos terceirizar a responsabilidade para sua empregadora, sobre seu descontentamento pessoal da sua condição de trabalho, função e cargo.
Entretanto, é comum que queixas quanto ao salário e ausências de promoções venham de profissionais que não buscam cursos e especializações na sua área de de atuação e, dessa maneira, não sendo legítima a sua insatisfação.
Se não bastasse a insatisfação, a alta rotatividade de empregados — turnover — gera prejuízos às vezes incalculáveis, já que o custo de uma rescisão contratual vai além dos valores pagos em indenizações e multas.
Nesse caso, o impacto de repor a mão de obra já treinada por alguém que ainda precisará ganhar experiência já representa, por si só, um transtorno de grandes dimensões. É, enfim, um problema comum e que ainda representa um desafio, principalmente para PMEs.
Considerando a realidade das empresas no Brasil e que nem sempre os gestores sabem em que estão errando, podemos destacar, neste post, algumas das principais dificuldades para atrair e reter talentos e ainda os desafios enfrentados para atingir esse objetivo. Continue a leitura!
Clima organizacional ruim
O ambiente de trabalho é fator decisivo para a retenção de talentos, como apontam diversos estudos e metodologias para avaliação do clima organizacional. Portanto, engana-se quem considera isso como apenas um detalhe, ou que sua avaliação não possa ser objeto de estudos ou aferido com métricas exatas.
A cultura da empresa é percebida diretamente pelo clima predominante e nas formas como as pessoas estabelecem relações, comportamentos e até no dress code, o código de vestimenta. A lógica é relativamente simples: quando o clima é ruim, a tendência é que os talentos se afastem, rejeitando a empresa.
O clima organizacional não traduz tão somente a maneira como as pessoas se relacionam, a pressão e questões de convivência. Um bom clima é aquele que preza também por higiene, segurança, sustentabilidade empresarial e boas condições de trabalho.
Ausência de feedback
Um dos reflexos de um ambiente organizacional ruim e que dificulta a permanência de bons profissionais é a falta de feedback. Nada pior para um profissional do que exercer suas funções sem saber se está de fato correspondendo às expectativas.
A propósito, esse é outro problema bastante recorrente nas empresas brasileiras, como aponta pesquisa em que foi apurado que mais da metade dos gestores não sabem dar feedbacks, ou só se preocupam com este quando é negativo. Na verdade um feedback positivo traz satisfação ao colaborador e mantem o foco no bom rendimento.
Um bom gestor é aquele que contribui para o crescimento profissional da equipe através de feedback sincero e objetivo. Muitos profissionais possuem dificuldades de conversar com seus subordinados quando o aproveitamento no trabalho é negativo, o que atrapalha muito a evolução do trabalhador e, consequentemente, a qualidade do serviço ou produto da empresa.
Aqui o segredo é o equilíbrio desses retornos aos colaboradores. Ao conversar sobre algo positivo, você quanto gestor, não pode exagerar a ponto de tornar-se uma bajulação que prejudique a continuidade do processo de evolução do trabalhador. Tampouco, ao trabalhar os pontos negativos, deve atingindo a honra e a moral do colaborador, pois só irá desmotivá-lo e fará com que perca o interesse sobre a empresa e o serviço.
Falta de estímulo financeiro
Embora os salários não devam ser tomados isoladamente como fator de retenção, é certo que as recompensas materiais são um componente fundamental para que os bons profissionais se sintam motivados.
Na verdade, as empresas que sabem atrair e manter talentos aliam práticas de estímulo não materiais com outras que vinculam os resultados a bonificações nos pagamentos. Sem o complemento financeiro, é mais difícil segurar aquele bom profissional quando ele receber uma proposta ou encontrar a mesma vaga em outra empresa pagando melhor, concorda?
Os desafios enfrentados na retenção de talentos
Considerando os problemas que empresas dos mais variados segmentos vivenciam, torna-se uma questão de sobrevivência identificar os obstáculos a serem superados para reduzir o turnover. Destacamos três desafios que se apresentam nesse aspecto:
Estabelecer plano de carreira
O progresso na carreira é um ponto fundamental para o colaborador perceber que seu esforço será recompensado. É extremamente desestimulante trabalhar em uma empresa que não oferece perspectiva de crescimento, a qual só pode ser satisfeita quando existe um plano de carreira consolidado e transparente ao colaborador, sobre os critérios pré estabelecidos pela empresa.
Envolver os funcionários
Da mesma forma que as empresas trabalham para fidelizar o público externo, ou seja, seus clientes, precisa fazer o mesmo pelos seus colaboradores, o público interno.
A fidelização acontece quando, mais do que motivados por metas e desafios, os funcionários “vestem a camisa”, tornando-se fiéis defensores da empresa, principalmente, quando percebem que a empresa possui projetos e trabalhos aos quais os colaboradores acreditam fazer a diferença.
Só assim eles podem dar aquele algo mais, tão importante para os bons resultados.
Criar um ambiente familiar
Além de motivar e fidelizar, criar a sensação de pertencimento é fundamental para a retenção de talentos. Afinal, de acordo com a Sociologia, somos seres gregários, portanto, estar em grupos é uma necessidade humana básica. E, se passamos boa parte do tempo nos nossos trabalhos, nada mais adequado que fazer dele nossa segunda casa, certo?
Se sua empresa se identifica com as questões abordadas aqui, enfrentando dificuldades na retenção de talentos, então é hora de avaliar a necessidade de modificar suas práticas organizacionais.
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